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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Espectro Andante


Tenho alma de judeu errante,

Um solitário caminhante

Nas escuras vielas da vida....

Noivo sem noiva ou aliança;

Na eterna e fria andança

Com a alma de anelos despida...


Sem anelos que o fim incute,

Anelos da solicitude

Que na vida nos enforcam...

Apenas na viagem infinda

A flecha do vagar me finca

E as figuras que no ermo esboçam...


É sempre o caminho incerto...

Faces várias, mas deserto;

Arde o olhar se ao longe miro...

Fantasmas em rubros fogos

Queimam-se por seus engodos

E será este o meu destino...


Arquejante, tão sedento,

Eu perambulo fedendo

Dos que sonham a carniça...

Pois o meu sonho tão incerto


Não sei ser longe ou tão perto...

Quando surge, se dissipa...


Dissipa em nuvens de esperança,

Em corais de falsa bonança

Nesse vago ou falaz orbe...

Fujo de mim _ Sou chaga horrenda...

É minha sina na tormenta

De uma longínqua e dúbia sorte...

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